Por Luísa Edla Renata C. Cavalcante (*)
A pandemia do novo coronavírus lança reflexões
acerca dos pacientes em tratamento de câncer. Igualmente aos idosos, eles
devem ser vacinados, estejam em uso de quimioterapia, imunoterapia,
hormonioterapia ou de terapia-alvo.
Estudos avaliaram o maior índice de mortalidade do
paciente oncológico que contraiu o novo coronavírus, comparativamente à
população geral, evidenciando-se uma taxa que varia entre 15% a 40% a mais.
E atentemos para dois fatos:
pacientes oncológicos que iniciam tratamento antitumoral fazem-no de
forma incompleta por acharem que vão reduzir a exposição hospitalar ao vírus;
ao contrário, aumenta é o risco de recaída em curto ou médio prazo.
Segundo: a evidência, em estudos brasileiros, de que
o medo à exposição ao novo coronavírus leva algumas pessoas a não
realizem os exames preventivos preconizados pela Sociedade Americana de
Oncologia (ASCO) e pela Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC), entre elas a
mamografia anual, o Papanicolau e a colonoscopia a partir dos 45 anos.
Em pacientes com câncer de mama, atual ou prévio,
priorize-se a aplicação da vacina no braço oposto ao local afetado, o que
provavelmente ajudará a melhorar a sua resposta imunológica e
diminuir o potencial aumento de linfonodos axilares, resultado talvez de reação
adversa, podendo falsear exames, rastreamento ou até o estadiamento até seis
semanas após a imunização.
Aos pacientes que realizaram cirurgias oncológicas,
sugere-se aguardar duas semanas para a imunização, devido à resposta
inflamatória mais exacerbada decorrente da manipulação cirúrgica.
Sobre as vacinas disponíveis no Brasil até o
momento, a CoronaVac (Instituto Butantan), em parceria com o laboratório
Sinovac, e a Oxford-AstraZeneca (Fiocruz), são seguras e eficazes. Foi o que
levou a SBOC a enviar carta ao Ministério da Saúde, solicitando a inclusão dos
pacientes oncológicos nos grupos prioritários, mais vulneráveis a complicações
pela Covid-19.
Neste momento de aclive da onda pandêmica, os grupos
prioritários devem se vacinar e manter as medidas de proteção, com higienização
constante das mãos, uso de máscara e evitar aglomerações.
(*) Médica.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 15/4/21. Opinião, p.18.
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