O episódio, relatado
por Elio Gaspari (Folha de S. Paulo, 10 de julho de 2005), define o
comportamento íntegro de Humberto de Alencar Castello Branco, um cearense filho
de um general e descendente da família do escritor José de Alencar.
Gaspari narra que
“em 1965, o marechal Castello Branco leu no jornal que um de seus irmãos,
funcionário da Receita Federal, ganhara em cerimônia pública um automóvel
Aero-Willys. Era o agradecimento de sua classe pela ajuda que dera na
elaboração de uma lei que organizava a carreira.
Paulo Castello
Branco, filho do presidente, costumava contar que o marechal telefonou para o
irmão, dizendo-lhe que deveria devolver o carro. Ele argumentou que se cada
fiscal da Receita tivesse presenteado uma gravata, o valor seria muito maior.
Castello
interrompeu-o: – Você não entendeu. Afastado do
cargo você já está. Estamos decidindo agora se você vai preso ou não.”.
Esse exemplo da
honestidade de Castello Branco, o primeiro presidente do período castrense, e
como tal comandante em chefe das forças armadas brasileiras, por vezes, tem
servido, de modo exorbitante, para justificar o regime instaurado pela
intervenção militar de 1964.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Ex-Presidente da Sobrames-Ceará
* Publicado In: SILVA, M. G. C. da (Org.). Fora de forma! Médicos
contam causos da caserna. Fortaleza: Expressão, 2020. 128p. p.63-64.
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