Por Antônio Vasques (*)
Continua a tendência de queda de quase todos os indicadores
principais sobre
a pandemia em Fortaleza no período de 15 a 22 de setembro. Preocupante seria o
aumento substancial dos limites do intervalo que poderia conter R (taxa de
reprodução do vírus) com 95% de probabilidade divulgado dia 22 de setembro pelo
OBSERVATÓRIOCOVID19BR. Os limites indicam que R poderia atingir de R=0,64 até
R=2,29. Intervalo muito mais amplo do que o divulgado no dia 15, de
(0,54;1,71).
Mas, como há uma redução na taxa de positividade de exames, que passou de
3,45% dia 15 para 2,68% dia 22 e tendo em vista sua alta correlação com a
variação de R, pode-se inferir que a tendência é para diminuição da taxa de
reprodução principalmente pelo gradual aumento da cobertura vacinal total que
atingiu 37% da população de Fortaleza no dia 22 de setembro.
Caso continue a circulação majoritária da variante P1 (Manaus) que
tem uma taxa de reprodução R=4,3, com a contenção da variante indiana delta que
tem R=7, a taxa de imunidade de rebanho em Fortaleza TIRFOR seria atingida com a
vacinação de TIRFOR =1-1/R= 1 - 1/4,3 = 1 - 23,25= 76,8%, da população. Caso a
variante delta predomine nos próximos meses a TIRFOR= 1 - 1/ 7 = 1 - 0,14 =
86%, que seria a parcela da população totalmente vacinada com alcance da
imunidade de rebanho.
Tornando claro: a pandemia em Fortaleza terminará seu ciclo de expansão
rápida tão logo estejam totalmente vacinadas 77% da população, quando será atingida a chamada imunidade
de rebanho. Estamos, portanto, diante de uma situação de ENORME expectativa de
término da pandemia em Fortaleza nos próximos 90 dias, principalmente com a
aplicação de doses extras de Coronavac, compradas diretamente do Instituto
Butantan pelo Governo do Estado, o que deve acelerar o ritmo da vacinação.
A partir da obtenção da imunidade de rebanho o gráfico da curva da Covid19 entrará na zona de
baixíssimos valores de R no ramo direito da curva (que tem a forma de um sino)
prosseguindo assim até o infinito, já que o vírus da Covid19 continuará entre
nós, tal qual o H1N1 que circula desde 2009.
(*) Professor da Uece. Pós-Doutor em Educação.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 4/10/21. Opinião, p.23
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