Por Artur Bruno (*)
A questão do meio ambiente é fundamental em todo o mundo. A sigla ESG
(Environmental, Social and Governance - Ambiental, Social e Governança), que
representa o tripé da sustentabilidade, ganha crescente espaço nas estratégias
empresariais, em sintonia também com a Agenda 2030 da ONU.
Não à toa, na reunião do Fórum Nacional de Governadores, ocorrida dia 23
de agosto, com 23 estados e o Distrito Federal, nasceu a ideia de criar o
consórcio "Brasil Verde". A vice-governadora do Ceará, Izolda Cela, que representou o governador
Camilo Santana na reunião, comentou que a medida é algo importante para dar
força, relevância e efetividade para essa agenda.
A gestão ambiental do nosso Estado é um exemplo para o Brasil - que possui a maior
biodiversidade do planeta - e que já foi protagonista na questão ambiental.
Lamentavelmente, no Governo Bolsonaro, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) não tem se
articulado com os estados e está fragilizando o IBAMA o ICMBio, reduzindo
drasticamente as verbas. O MMA teve, em 2021, o menor orçamento dos últimos 21
anos.
O Brasil virou um pária do planeta, liderando o ranking do desmatamento ano passado.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de janeiro a julho
deste ano, a Amazônia sofreu desmatamento de 5.026,52 km², 6% a mais que em
2020. De agosto de 2019 a julho de 2020, houve um aumento de 9,5% na área
desmatada no Brasil, em comparação com o período imediatamente anterior.
Por conta do descaso federal, o Brasil não tem participado do mercado de
créditos de carbono, conforme acordo assinado pela União Europeia, sequer
reivindicando estes recursos.
O mercado de crédito de carbono funciona a partir de acordos entre empresas e governos de países em
desenvolvimento. Segundo o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto
no Protocolo de Kyoto, o pagamento também pode ser feito de um país
desenvolvido com alto nível de emissão de gases para um país em desenvolvimento
com baixo nível.
Sem dúvida, o Brasil Verde é uma articulação necessária e forte, dos governadores, para que
o Brasil volte a priorizar a política ambiental.
(*) Secretário do
Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMA) do Estado do Ceará. Sócio do Instituto
do Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 2/10/21. Opinião, p.18.
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