Por Luiz Eduardo Girão (*)
É bastante popular a expressão: "dinheiro não leva desaforo
para casa". Seu uso exige responsabilidade. Essa lógica deve ser respeitada
com mais severidade na gestão dos recursos de quem somos apenas
depositários. Gestor público não é dono da verba que administra, isso
é básico, mas no Brasil o óbvio precisa ser dito. É acintoso que no século XXI
políticos recorram à maneira absolutista, usando o que não os pertence de
maneira opulenta, dispendiosa.
Num Brasil onde 21 milhões de famílias necessitam de alguma ajuda
do governo para sobreviver, é absurdo assistir a princípios tão decadentes
sendo adotados sem qualquer pudor em nosso País. O presidente Lula e
sua corte de ministros, por exemplo, usam e abusam da gastança desenfreada com
o suor do pagador de impostos. Só no 1º semestre deste ano foram usados R$ 25
milhões em extravagantes viagens internacionais. Isso numa nação que acaba de
registrar rombo de R$ 45 bilhões nas contas públicas!
O escárnio no trato com a estrutura governamental é tamanho que a
primeira-dama não se constrange em requisitar 50 policiais federais para
sua segurança pessoal. O devaneio petista é contagioso. O estado do Ceará
segue a sanha irresponsável. Não bastasse o abuso da "gestão"
anterior, quando o petista Camilo gastou R$1 bilhão e 100 milhões só com
publicidade, seu sucessor segue caminho semelhante de completa inversão de
valores. Elmano manteve no orçamento R$ 10 milhões para
"torrar" todos os meses com propaganda.
Na cartilha da igualdade social do PT a socialização
mesmo é de benesses entre seus pares. Só de janeiro pra cá, o governo do estado
desperdiçou outros R$ 10 milhões com jatinhos e helicópteros para
deslocamentos. Estado rico é outra coisa! A inconsequência vai além; o
governador, para cumprir agenda no município do Eusébio, na região
metropolitana de Fortaleza, alugou um sofisticado helicóptero, avaliado em 15
milhões de dólares, ao custo de R$ 15 mil reais por hora, quando o trajeto de
carro levaria no máximo 30 minutos.
No Ceará, parte expressiva da população é refém da violência nas
paradas e dentro dos coletivos, chegando a ter famílias inteiras senso expulsa
de casa por facções criminosas. O cearense também espera por meses para
realizar exame ou cirurgia nos hospitais públicos. Mas peraí; não são eles que
defendem tirar dos ricos para dar aos pobres? Quanta hipocrisia! Paz & Bem
(*) Empresário. Senador pelo Podemos/CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 4/08/23. Opinião, p.21.
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