Por Pe. Eugênio Pacelli SJ (*)
A proposta cristã resume-se no amor. O amor é o distintivo que
nos identifica, é a síntese da Lei da Nova Aliança, é o estatuto que
fundamenta a comunidade cristã.
Somos conhecidos como seguidores de Cristo pela nossa
capacidade de amar, porque onde existe amor, Deus aí está.
A nossa religião deve ser a religião do amor, não das leis, das
exigências, dos ritos externos. Precisamos ser portadores da presença
do Amor de Deus no mundo.
Falando em amor, para celebrar a semana dedicada à família, que
terminou no último dia 20, trago algumas reflexões, baseadas nos
pronunciamentos do Papa Francisco sobre o matrimônio e família,
instituições que devem ser exemplos da expressão máxima do amor. Defendo as
famílias e decidi me dedicar a elas e auxiliá-las nessa trajetória tão
desafiadora.
Sem família não há humanidade, a família é importante,
é necessária para a sobrevivência da humanidade. Se não existe a família, a
sobrevivência da humanidade corre perigo.
Não é possível uma família sem sonho. Quando se perde
a capacidade de sonhar, os filhos não crescem, o amor não cresce; a vida
debilita-se e apaga-se. Por isso, é muito importante recuperar o amor, através
do sonho de cada dia.
Cada filho é um milagre: um filho muda a vida! Num mundo
marcado pelo egoísmo, a família numerosa é uma escola de solidariedade,
partilha, que beneficia toda a humanidade.
O amor supera dificuldades, em toda família há dificuldades, mas
essas são superadas com amor. O ódio não supera nenhuma dificuldade.
A divisão dos corações não supera nenhuma dificuldade. Amor é festa,
amor é a alegria, o amor é seguir em frente.
O matrimônio não é um caminho suave, sem conflitos.
Não seria humano se fosse, é uma viagem laboriosa, chegando a ser conflituosa,
mas isto é a vida! É normal que esposos briguem. Costumo dizer que
casamento sem problemas é um problema sério.
A harmonia que vem de Deus e só Ele sabe criar a harmonia, a
partir das diferenças. Se falta o amor de Deus, a família também perde a
harmonia, prevalecem os individualismos, se apaga a alegria. Pelo
contrário, a família que vive a alegria da fé, comunica-a espontaneamente, é
sal da terra e luz do mundo, é fermento para toda a sociedade.
Família tem cheiro e é sonho de Deus.
(*) Sacerdote jesuíta e
mestre em Teologia. Diretor do Seminário Apostólico de Baturité.
Fonte: O Povo, de 27/08/2022. Opinião. p.20.
Nenhum comentário:
Postar um comentário