segunda-feira, 22 de julho de 2024

COMPROMISSO A LONGO PRAZO

Por Estevão Rocha (*)

Pesquisas mostram que a ocupação dos empregos com melhores remunerações tem relação direta com o nível de formação adquirida pelo cidadão. Nesse sentido, há que se entender o papel fundamental das Instituições de Ensino Superior (IES) na contribuição da formação qualificada desses cidadãos nas Nações. Organizações nacionais e internacionais que estudam locais para investir consideram, entre outros fatores, a qualificação dos profissionais que atuarão nesses investimentos. Quando há falta de profissionais qualificados, sendo o investimento aprovado, dois caminhos são conhecidos para resolver esse problema: importar os profissionais ou esperar por sua formação em determinada região.

Diante desse cenário, muitas IES particulares, incluindo a Unichristus, têm buscado aprimorar seus processos de formação, preocupando-se com a qualidade dos profissionais egressos de seus cursos de graduação. A livre participação no setor superior da educação, assim como em outros segmentos, permite a entrada de vários modelos de propostas educacionais que podem favorecer os estudantes brasileiros. Novos formatos de ensino e de aprendizagem, assim como novas propostas de gestão, são fatores que abrem espaços para inovações que poderão ser significativas na qualidade da formação dos estudantes.

Nesse contexto, no ano de 2005, com a chegada do grupo internacional de educação Laureate, o Brasil começou a conhecer o modelo de graduação de instituições estrangeiras com suas competências educacionais aplicadas em vários países, tanto em países de economias desenvolvidas quanto em desenvolvimento. Em 2009, chegou o grupo Adtalem Global Education, posteriormente conhecido como Devray. Em 2012, a rede educacional Ilumno aportou com suas expertises ao adquirir diversas IES nacionais.

Contudo, passados mais de dez anos aplicando suas propostas educacionais em vários estados brasileiros, inclusive no Ceará, estas instituições não conseguiram proporcionar uma mudança significativa na qualidade da formação dos profissionais. Sem aprofundar nos motivos, o fato é que estas organizações deixaram o País sem trazer propostas educacionais que nivelassem nossos profissionais aos formados em países considerados desenvolvidos. Por que desistiram? Fazemos melhor?

(*) Educador e diretor do Colégio Christus

Fonte: Publicado In: O Povo, de 26/06/24. Opinião, p.18.

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