Por Roberto Macedo (*)
Neste ano em que
o Museu da Indústria completa 10 anos (2014-2024), vem-me o desejo de
compartilhar uma breve reflexão sobre a importância desse equipamento,
inaugurado na minha gestão como presidente da Federação das Indústrias do
Estado do Ceará (Fiec), e que continua sendo o único museu do Brasil com essas características
dentro das estruturas do Sesi.
Lembro-me de que
fomos buscar o que, então, existia de mais avançado no mundo da museografia
para oferecer aos fortalezenses e turistas um museu interativo voltado para a
cultura e o desenvolvimento. Todo esse aparato vem funcionando na última
década, sob a gestão competente do Luís Carlos Sabadia, com programações
mensais, experiências de formação e estímulos à economia criativa.
A possibilidade
de organizar em um lugar atraente e de apresentar ao público a obra de
industriais cearenses e seus vínculos culturais e ambientais, nos motivava
intensamente. Revelei esse sentimento no meu livro "Made in Ceará"
(Edições Demócrito Rocha, 2014): "O nosso museu oferece testemunhos da
caminhada industrial no nosso Estado, desde os seus pioneiros até os
visionários que hoje estão trabalhando as potencialidades portadoras de
futuro" (p.546).
É animador ver o
nosso Museu da Indústria seguindo cada vez mais consistente em sua tarefa de
conectar sociedade e conhecimento. Tanto que marcará as comemorações dos seus
dez anos, em 10 de setembro, com a exposição o Futuro das Profissões, do
Sesi Lab de Brasília (CNI), em uma oportuna aproximação do mundo da cultura com
o mundo do trabalho.
Esse chamado para
a conscientização do trabalho nos novos tempos tem paralelo na relevância que
precisa ser atribuída à retomada da industrialização brasileira e
cearense, por meio de discussões e acervos abertos à utilização por parte da
sociedade. Entre os passos necessários para isso estão a potencialização dos
diferenciais de nossas vocações e a expansão da nova indústria de fontes
renováveis.
Pensar na
importância dos 10 anos do Museu da Indústria é pensar no despertar da
população, em especial da juventude, para o interesse pela indústria
como cultura e pela cultura como indústria. Recomendo.
(*) Economista.
Empresário.
Fonte: O Povo, de 13/05/24. Opinião. p.26.
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