Por Heitor Férrer (*)
O primeiro ministro
Benjamin Natanyahu será lembrado pelo povo de Israel como o dirigente que não
protegeu suas fronteiras e, por omissão, permitiu o ataque terrorista do Hamas
dentro do território israelita, com milhares de judeus mortos. Natanyahu negligenciou,
sabe de sua omissão e de sua condenação política e prolonga a guerra para
manter-se no poder.
Antes do início da
tragédia que assola o Rio Grande do Sul, ouvi na rádio O POVO/CBN uma
entrevista do governador Eduardo Leite, onde ele dizia que, "se as
previsões de chuvas se concretizarem, será a maior tragédia climática no
estado". Não deu outra: as previsões se concretizaram e o Rio Grande do
Sul vive o pior drama de sua existência.
Eduardo Leite sabe de
sua omissão, tergiversa e chegou ao absurdo de dizer que o estado, hoje
completamente destruído, tinha outras agendas. Já não tem mais, governador. A
agenda agora é a de um estado destruído e que precisará de R$ 200 bilhões para
voltar a ser apenas o que já era, apenas para se erguer. No ranking dos estados
brasileiros, o Rio Grande se situa como o 4º maior PIB do país, atrás apenas de
São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Para termos ideia de
valores, na peça orçamentária do estado em 2023, toda a arrecadação realizada
para pagar todas as despesas de saúde, educação, segurança, investimento, etc.
foi de R$ 70 bilhões. Com recursos próprios, o estado teria que parar todas as
suas ações governamentais por três anos para se reconstruir. Com tragédia
semelhante em 1941, de lá para cá, a agenda do estado teria que ter se
concentrado na sua estruturação para evitar novas ocorrências. Pouco foi feito.
Diferente de Natanyahu,
Eduardo Leite não quer que a guerra climática se prolongue; ele não cai ao
término dela, não será punido por sua omissão. Sua culpa se dilui com os
governadores passados, que foram tão omissos quanto ele e deixaram o estado a
mercê dos eventos climáticos e da própria sorte
Como lição, nunca é
demais lembrar o que o mundo diz sobre a Holanda, que tem grande parte de seu
território, inclusive a capital Amsterdan, abaixo do nível do mar: Deus fez o
mundo e os holandeses a Holanda.
(*) Médico
e ex-Deputado estadual (Solidariedade).
Fonte: Publicado In: O Povo, de 31/05/2024. Opinião. p.17.
Nenhum comentário:
Postar um comentário