Por Thereza Maria Magalhães Moreira (*)
Evitar casos novos de Covid-19 com
distanciamento social e máscara tem sido difícil. A doença é facilmente
transmissível, a população não fica em casa e a reprodução frequente do vírus
tem gerado variantes, havendo risco de alterações na estrutura viral que podem
anular a ação vacinal.
Remédio pra Covid-19 não há. Vacina tem
pouco e fila lenta. Profissionais de saúde estão cansados, deprimidos e mal
remunerados, sobretudo os não-médicos, com mais tempo à beira do leito.
Para piorar, uma Babel de cientistas de ocasião
atrapalha a orientação da população com receitas criminosas, pois as UTI
continuam lotadas e óbitos não cessam há 15 meses, agora com 2 mil mortes
diárias.
O que fazer? Covid-19 é doença viral, trombótica,
cujas complicações aparecem entre o 7º e o 12º dia dos sintomas. Na primeira
semana evita-se ao máximo que o vírus entre em muitas células.
A partir do dia 7 de sintomas seu melhor companheiro
será um oxímetro (mede oxigênio sanguíneo), pois seu corpo pode
reagir forte à presença do vírus e aí só Deus, corticoide e antiagregante
plaquetário (para afinar o sangue) salvarão sua vida.
Com idosos (>60 anos) vacinados, o vírus
contaminará pessoas de 59 anos e menos, não vacinadas.
Casos graves e óbitos da terceira
onda serão de pessoas de 18 a 59 anos não vacinadas, porque têm mais
receptores desse vírus, principalmente os homens.
Como evitar mortes? Vacinando todos de 12 a 59
anos de idade, ou seja, todos com receptores do vírus, como fizeram os Estados
Unidos.
No ritmo brasileiro de compra de vacina e
de vacinação, calcule aí quando você de 45 anos e seu filho de 15 serão
vacinados.
Se você duvida que haverá terceira onda, no máximo
no final de junho ela será visível. A estimativa atual é de pico da terceira
onda no meio do mês de agosto. Com sorte e lockdown, será adiado para
setembro.
Será que você e seu filho estarão vacinados até lá?
Tem mais: não desceremos toda segunda onda e subiremos a terceira onda, o que é
ruim ao sistema de saúde, já no limite.
O que esperar da terceira onda? O caos de
Manaus? Com quase 4 mil óbitos diários no pico da segunda onda, quantos teremos
por dia no pico da terceira?
A segunda onda dobrou casos e mais que dobrou óbitos
da primeira onda. Se a terceira onda a imitar, teremos leito hospitalar e
oxigênio suficientes?
Não se trata de acabar o restinho da sua saúde
mental, mas sim de implorar para que você não saia de casa e exija dos
políticos VACINA PARA TODOS URGENTE.
(*) Enfermeira, advogada, pesquisadora do CNPq e professora
da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Fonte: Publicado In: O Povo, de 14/6/2021. Opinião. p.23.
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