terça-feira, 15 de junho de 2021

À ESPERA DA 3ª ONDA DA PANDEMIA DA COVID-19

Por Thereza Maria Magalhães Moreira (*)

Evitar casos novos de Covid-19 com distanciamento social e máscara tem sido difícil. A doença é facilmente transmissível, a população não fica em casa e a reprodução frequente do vírus tem gerado variantes, havendo risco de alterações na estrutura viral que podem anular a ação vacinal.

Remédio pra Covid-19 não há. Vacina tem pouco e fila lenta. Profissionais de saúde estão cansados, deprimidos e mal remunerados, sobretudo os não-médicos, com mais tempo à beira do leito.

Para piorar, uma Babel de cientistas de ocasião atrapalha a orientação da população com receitas criminosas, pois as UTI continuam lotadas e óbitos não cessam há 15 meses, agora com 2 mil mortes diárias.

O que fazer? Covid-19 é doença viral, trombótica, cujas complicações aparecem entre o 7º e o 12º dia dos sintomas. Na primeira semana evita-se ao máximo que o vírus entre em muitas células.

A partir do dia 7 de sintomas seu melhor companheiro será um oxímetro (mede oxigênio sanguíneo), pois seu corpo pode reagir forte à presença do vírus e aí só Deus, corticoide e antiagregante plaquetário (para afinar o sangue) salvarão sua vida.

Com idosos (>60 anos) vacinados, o vírus contaminará pessoas de 59 anos e menos, não vacinadas.

Casos graves e óbitos da terceira onda serão de pessoas de 18 a 59 anos não vacinadas, porque têm mais receptores desse vírus, principalmente os homens.

Como evitar mortes? Vacinando todos de 12 a 59 anos de idade, ou seja, todos com receptores do vírus, como fizeram os Estados Unidos.

No ritmo brasileiro de compra de vacina e de vacinação, calcule aí quando você de 45 anos e seu filho de 15 serão vacinados.

Se você duvida que haverá terceira onda, no máximo no final de junho ela será visível. A estimativa atual é de pico da terceira onda no meio do mês de agosto. Com sorte e lockdown, será adiado para setembro.

Será que você e seu filho estarão vacinados até lá? Tem mais: não desceremos toda segunda onda e subiremos a terceira onda, o que é ruim ao sistema de saúde, já no limite.

O que esperar da terceira onda? O caos de Manaus? Com quase 4 mil óbitos diários no pico da segunda onda, quantos teremos por dia no pico da terceira?

A segunda onda dobrou casos e mais que dobrou óbitos da primeira onda. Se a terceira onda a imitar, teremos leito hospitalar e oxigênio suficientes?

Não se trata de acabar o restinho da sua saúde mental, mas sim de implorar para que você não saia de casa e exija dos políticos VACINA PARA TODOS URGENTE.

(*) Enfermeira, advogada, pesquisadora do CNPq e professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece).

Fonte: Publicado In: O Povo, de 14/6/2021. Opinião. p.23.

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