Por Henrique Soárez (*)
Vários países europeus enfrentam agora uma 3ª onda,
enquanto as vacinas não chegam: a União Europeia tem menos de 10% da população
vacinada.
O site The Politico calcula que no ritmo atual a Alemanha
terá vacinado 70% de sua população em set/2022 (o governo de lá promete 100%
até set/2021).
Para o Brasil, em relatório de 16/março, a
consultoria Eurasia Group projeta que, no melhor cenário, ao final de
julho 20% da população estará vacinada.
Mesmo celebrando o recém-demonstrado interesse do
governo federal pelas vacinas, e torcendo por governadores e prefeitos que buscam comprar doses adicionais, não parece que o Natal de 2021
esteja em território seguro.
O terceiro lockdown francês será mais leve que o
segundo. Ficarão abertos os cafés, as livrarias e os salões de beleza. Além das escolas que
ficaram abertas no 2º lockdown.
Os governantes cearenses também tomaram medidas distintas entre nossos
dois períodos de restrição.
Pelos dados do Google Mobility as restrições atuais equivalem a dois terços
daquelas utilizadas no ano passado. Quanto será possível restringir o comportamento
da população na 3ª onda cearense?
Seria possível evitarmos, como sociedade, uma 3ª
onda de decretos restritivos? Para isso, além de acelerar a vacinação, urge conscientizar a população
em prol de comportamentos responsáveis.
As escolas podem apoiar neste objetivo: "se os
hospitais curam, a educação previne".
O poder público deve preparar a próxima expansão de
leitos para
lidar com a velocidade observada no crescimento do número de
internações nas
duas primeiras ondas: quais os recursos precisam ficar em sobreaviso para
atingir o pico de leitos em 30 dias?
Se ao final for necessário impor novas medidas
restritivas,
convém mirar nas atividades que podem gerar eventos disseminadores.
É natural que as autoridades, ao redigir decretos,
considerem questões práticas como a fiscalização e a autuação dos infratores.
Daí o foco em empresas e espaços públicos. Acontece
que o
vírus (que
nunca trabalhou em uma agência de fiscalização) atua com uma lógica distinta,
tendo demonstrado nítida preferência por ambientes privados e atividades
clandestinas.
(*)
Engenheiro eletricista, diretor do Colégio
7 de Setembro e da Uni7
Fonte: Publicado In: O Povo, de 25/3/21. Opinião, p.20.
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