Por Custódio
Almeida (*)
Quinta-feira,
29 de abril de 2021, o Brasil ultrapassou, oficialmente, a trágica marca
de 400 mil mortos por Covid19. A situação continua muito
preocupante em todo o país e a imunização é a única esperança para barrar o
crescimento de infecções e mortes, e garantir a volta ao cotidiano.
A
falta de vacinas é o principal problema e o tempo se torna o fator
determinante. Este cenário de escassez de vacinas exige planejamento e
eficiência dos governantes e dos gestores da saúde, ordenando a escolha dos
segmentos da população que devem ter prioridade na escala de imunização,
de acordo com o grau de risco das faixas etárias e com as funções sociais que
exercem.
Vimos
que foi acertada a decisão inicial de começar a vacinação pelos
mais idosos e pelos profissionais de saúde que atuavam na linha de frente no
combate à pandemia, pois esses eram os grupos de maior fator de risco.
Mas,
agora, quando idosos e profissionais de saúde já receberam pelo menos a
primeira dose da vacina, cresce a polêmica, e a disputa corporativa sobre a
precedência na vacinação fica mais acirrada.
Quanto
ao critério para definição das prioridades, as referências devem continuar
sendo o "princípio vida" e o fator de risco.
Não
está em jogo o valor social ou econômico de pessoas e profissões, mas, sim, o
grau de exposição aos riscos de contaminação, de caráter
involuntário e obrigatório; então, parece evidente, por exemplo, que policiais,
garis, coveiros, motoristas de transportes públicos sejam segmentos
prioritários.
Essa
linha de argumentação continuará valendo até que o patamar de imunização
ofereça segurança social e pública geral.
Nesse
contexto, vale perguntar e avaliar quando chegará a vez dos trabalhadores da
educação e que segmentos dessa categoria devem ter prioridade.
Precisam
ser observadas as diferenças e especificidades entre a educação básica e a
educação superior, que possuem níveis de autonomia distintos no processo de
ensino e aprendizagem.
Com
essa compreensão, o Conselho Estadual de Educação do Ceará baixou normas
regularizando a possibilidade de manutenção das atividades remotas de escolas e
universidades até o final de 2021, para que o processo de vacinação possa
seguir seu ritmo regular, criterioso e sem atropelos.
(*)
Professor de Filosofia da UFC.
Conselheiro do Conselho Educação do Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 5/05/21. Opinião, p.19.
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