Por Artur Bruno (*)
Atual
epicentro mundial da pandemia, por conta dos posicionamentos negacionistas do
governo federal, o Brasil também choca a todos pelo tratamento dado ao meio
ambiente.
Uma
carta assinada por ex-ministros do setor lamentou que o Brasil tenha aberto mão
do papel de liderança global em questões ambientais,
climáticas e de biodiversidade.
Desde
2019, colegiados federais foram extintos ou fechados à sociedade. A desativação
do Fundo Amazônia e a paralisia do Fundo Clima retiraram
recursos bilionários da proteção da biodiversidade, da fiscalização, da
pesquisa e da mitigação de mudanças do clima.
O
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), principal regrador da qualidade
das águas, do ar, para a proteção da fauna e das florestas, passou a funcionar,
na prática, como um órgão subordinado ao Ministro do Meio Ambiente.
Além
disso, o governo federal não aderiu a uma iniciativa de mais de 60 países para
abrir um processo para um reconhecimento internacional da
ideia do direito a um meio ambiente seguro, limpo e sustentável.
Isso
tem um preço. A Amazônia registrou em abril de 2020 um aumento de 171% de
desmatamento em relação ao mesmo período de 2019, atingindo o maior
patamar em mais de uma década.
O
Pantanal perdeu 30% de sua área verde em 2020. No Cerrado e no Pampa, a perda
de vegetação nativa já atingiu mais de 50% da cobertura original.
Na contramão desta
tendência, o governo Camilo Santana continua investindo no meio ambiente.
Regulamentamos
a 4ª maior unidade de conservação em áreas urbanas da América Latina, o Parque
Estadual do Cocó; aumentamos o número de unidades de conservação;
plantamos e distribuímos centenas de milhares de mudas para florestamento e
reflorestamento; fizemos planos de coletas seletivas múltiplas para os 184
municípios na luta pela desativação dos lixões; criamos programas de apoio ao
meio ambiente e de distribuição de renda, como o Auxílio Catador e o Agente
Jovem Ambiental; estamos ampliando nossa produção de energia limpa - eólica e
solar -, apostando também na criação do Hub de Hidrogênio Verde.
Esperamos
que o Ceará se torne um exemplo para o Brasil, e que nosso
país recupere sua imagem e seu potencial de crescimento ambientalmente
sustentável.
(*) Secretário do
Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMA) do Estado do Ceará. Sócio do Instituto
do Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 22/4/21. Opinião, p.20.
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