segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Segurança, o Ceará não tem disso, não...Por quê?

Por Luiz Eduardo Girão (*)

Para qualquer líder que se preza, o uso da palavra é determinante para influenciar opiniões, demonstrando suas intenções. Na posse do novo Secretário de Segurança, o governador Elmano de Freitas, do PT, cometeu um "ato falho" que revela muito sobre a tragédia da violência que meus conterrâneos sofrem diariamente: "a partir de agora, bandido será tratado como bandido!". Só faltou ele explicar de qual forma eram tratados até então. Como cidadãos? A fala de Elmano evidencia seu perfil; foi advogado de invasores de terras e conivente com práticas duvidosas! Poucos dias depois de sua fala desastrosa, acontecia mais uma chacina por aqui; desta vez na pacata cidade de Viçosa, onde 8 pessoas foram enfileiradas em praça pública e friamente assassinadas.

A omissão da oligarquia PT e PDT diante do crime organizado não é de hoje. Vem de mais de uma década! Isso ajuda a explicar a profunda crise da segurança pública no Estado e, especialmente, em nossa Capital. Segundo o Atlas da Violência, nos últimos 10 anos, o Ceará se manteve dentre os Estados com mais crimes no Brasil. Só nos primeiros 4 meses do ano foram quase mil assassinatos. Em Fortaleza a situação é igualmente alarmante; estamos entre as 10 cidades mais perigosas do mundo, segundo o Conselho Cidadão.

Esses indicadores afastam novos investimentos em todas as áreas. Em 2018, quando a situação ainda não era tão crítica, houve uma grande oportunidade de enfrentar a criminalidade com a instalação da CPI do Narcotráfico na Assembleia Legislativa. Mas Evandro Leitão, à época líder do governo petista, articulou para impedir sua instalação dizendo que não assinaria pois tinha medo de represálias do crime organizado contra a sua família…

É esse deputado o escolhido pelo PT para ser o candidato a prefeito de Fortaleza que já tem vários bairros dominados pelas facções. Além de assinar uma CPI para investigar o crime organizado, fui de gabinete em gabinete e consegui 32 assinaturas de senadores - 5 a mais do necessário. Ela foi lida pela Mesa em julho de 2022, mas arquivada no mesmo ano devido ao final da legislatura. Então mudei a estratégia; em 2023 recolhi novas assinaturas de Senadores para uma CPMI do mesmo tema, mas ainda falta completar a de deputados (lá são necessárias 171 assinaturas). Fiz e tô fazendo a minha parte no Senado para trazer paz aos cearenses.

Confio que este ciclo vicioso de poder pelo poder esteja chegando ao fim. Esse é um ano de eleição. Oportunidade para a manifestação do voto consciente e libertário de um povo honesto e trabalhador como é o nosso. Somos a Terra da Luz e não das trevas. Paz & Bem

(*) Empresário. Senador pelo Podemos/CE.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 5/07/24. Opinião, p.19.

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