Por Luiz Eduardo Girão (*)
Para qualquer líder que se preza, o uso da palavra é determinante
para influenciar opiniões, demonstrando suas intenções. Na posse do novo
Secretário de Segurança, o governador Elmano de Freitas, do PT, cometeu um
"ato falho" que revela muito sobre a tragédia da violência que meus
conterrâneos sofrem diariamente: "a partir de agora, bandido será tratado
como bandido!". Só faltou ele explicar de qual forma eram tratados até
então. Como cidadãos? A fala de Elmano evidencia seu perfil; foi advogado de
invasores de terras e conivente com práticas duvidosas! Poucos dias depois de
sua fala desastrosa, acontecia mais uma chacina por aqui; desta vez na pacata
cidade de Viçosa, onde 8 pessoas foram enfileiradas em praça pública e
friamente assassinadas.
A omissão da oligarquia PT e PDT diante do crime organizado não é
de hoje. Vem de mais de uma década! Isso ajuda a explicar a profunda crise da
segurança pública no Estado e, especialmente, em nossa Capital. Segundo o Atlas
da Violência, nos últimos 10 anos, o Ceará se manteve dentre os Estados com
mais crimes no Brasil. Só nos primeiros 4 meses do ano foram quase mil
assassinatos. Em Fortaleza a situação é igualmente alarmante; estamos entre as
10 cidades mais perigosas do mundo, segundo o Conselho Cidadão.
Esses indicadores afastam novos investimentos em todas as áreas. Em
2018, quando a situação ainda não era tão crítica, houve uma grande
oportunidade de enfrentar a criminalidade com a instalação da CPI do
Narcotráfico na Assembleia Legislativa. Mas Evandro Leitão, à época líder do
governo petista, articulou para impedir sua instalação dizendo que não
assinaria pois tinha medo de represálias do crime organizado contra a sua
família…
É esse deputado o escolhido pelo PT para ser o candidato a prefeito
de Fortaleza que já tem vários bairros dominados pelas facções. Além de assinar
uma CPI para investigar o crime organizado, fui de gabinete em gabinete e
consegui 32 assinaturas de senadores - 5 a mais do necessário. Ela foi lida
pela Mesa em julho de 2022, mas arquivada no mesmo ano devido ao final da
legislatura. Então mudei a estratégia; em 2023 recolhi novas assinaturas de
Senadores para uma CPMI do mesmo tema, mas ainda falta completar a de deputados
(lá são necessárias 171 assinaturas). Fiz e tô fazendo a minha parte no Senado
para trazer paz aos cearenses.
Confio que este ciclo vicioso de poder pelo poder esteja chegando
ao fim. Esse é um ano de eleição. Oportunidade para a manifestação do voto
consciente e libertário de um povo honesto e trabalhador como é o nosso. Somos
a Terra da Luz e não das trevas. Paz & Bem
(*) Empresário. Senador
pelo Podemos/CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 5/07/24. Opinião, p.19.
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